O filme O Segredo do Abismo, clássico de ficção científica dirigido por James Cameron, foi removido do Disney+ no Reino Unido devido à presença de uma cena considerada inaceitável. Essa ação reacende debates sobre crueldade animal na indústria do entretenimento e as diferenças nos padrões de classificação em plataformas de streaming.
História da cena controversa em O Segredo do Abismo
A versão original do filme, lançada em 1989, inclui uma cena em que um rato é mergulhado em um tanque de fluorcarbono líquido usando um animal de verdade. Embora se saiba que o roedor provavelmente tenha sobrevivido, ela gerou reações negativas e levantou preocupações desde a produção. Grupos de defesa dos direitos dos animais, como a Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (RSPCA), solicitaram a remoção da cena há mais de três décadas.
De acordo com a legislação do Reino Unido, essa cena foi cortada pelo Conselho Britânico de Classificação de Filmes (BBFC) devido à Lei de Filmes Cinematográficos (Animais) de 1937, além da Lei de Gravações de Vídeo de 1984. Assim, ela deve ser excluída de qualquer reprodução em cinemas, DVD ou Blu-ray, e também de exibições televisivas no país.
Reprodução da cena proibida no streaming e a reação do público
No entanto, em abril de 2023, uma versão do O Segredo do Abismo incluindo a cena proibida foi disponibilizada no Disney+. Essa decisão provocou críticas da RSPCA, que alertou para uma “brecha” no controle do conteúdo, já que plataformas de streaming não seguem as mesmas restrições aplicadas aos formatos tradicionais de exibição.
Segundo David Bowles, porta-voz da RSPCA, a plataforma deveria estabelecer limites claros: “A RSPCA está preocupada com a existência de uma brecha que permite cenas de abuso de animais consideradas inaceitáveis serem transmitidas livremente. É importante que os serviços de streaming não exponham suas famílias a conteúdos que possam promover ou demonstrar crueldade contra os animais”.
Retirada do filme do Disney+ e o debate sobre censura e ética
Após a denúncia, o Disney+ retirou o filme do catálogo. “Nosso objetivo não é promover a censura, mas garantir que o conteúdo sensível seja tratado de forma adequada”.
Esse episódio evidencia as diferenças entre os padrões de classificação do cinema tradicional e o conteúdo disponível em plataformas digitais, que muitas vezes possuem regulamentações mais leves ou interpretativas.
O futuro da representação de crueldades na mídia
James Cameron, renomado diretor e criador de novos avisos sobre inteligência artificial em seus próximos filmes, tem chamado a atenção por suas críticas às formas de representação de violência na mídia. A tendência, agora, aponta para uma maior conscientização e inclusão de avisos de conteúdo sensível, evitando que cenas controversas escapem do monitoramento.
Este episódio serve como um alerta para consumidores e plataformas, reforçando que o debate sobre a ética na produção audiovisual continua em alta, especialmente em tempos de fácil acesso ao conteúdo digital.
Para mais informações e atualizações, você pode assistir a este vídeo resumido sobre o tema:
Veja também sobre as novas tendências na indústria, como a inclusão de avisos de advertência no início de filmes para alertar sobre o uso de inteligência artificial, uma iniciativa de Cameron que busca promover um consumo mais consciente do entretenimento.
