O universo do cinema brasileiro vive um momento de ousadia criativa, com projetos como Gambiarra: Uga Uga Show trazendo uma perspectiva futurista enraizada na identidade carioca. Esta produção cyberpunk se destaca não só pela narrativa distópica em um Rio de Janeiro tecnológico, mas por sua ambição transmídia – estratégia que começou como alternativa à dificuldade de viabilizar o longa em solo nacional.
Gênese de um universo distópico
A centelha criativa surgiu quando Gustavo Colombo visitou uma galeria tecnológica no centro do Rio: “Esse cenário era tão esquisito, tão distópico, parecia com filmes cyberpunk”, revelou o diretor ao IGN Brasil. Junto ao roteirista Erik Hewitt, desenvolveu a premissa de oito pessoas presas em um “violento programa de auditório da deep web”, explorando elementos como drones e robótica.
Estratégia transmídia: do curta à graphic novel
Expansão narrativa
Desde 2011, o projeto evoluiu para incluir contos, micro-HQs e o curta Gambiarra: O HD de Espadas (2019), seguindo Heitor, jornalista na versão cyberpunk do Rio. “Às vezes sentíamos que estávamos abrindo demais”, admite Colombo, destacando o papel da produtora Marcela Batista em refinar o foco narrativa.
Ao conquistar R$ 1 milhão no edital da RioFilme, a equipe superou desafios técnicos: “Temos muitos efeitos especiais, construímos garras robóticas, maquiagem complexa”. O elenco inclui Diogo Defante e Gabriella Loran, que vêem no projeto “a chance do cinema nacional abrir espaço para ficção científica autêntica”.
Cyberpunk com DNA brasileiro
Colombo enfatiza o “cinismo cômico” como elemento vital para criar uma ficção científica que dialogue com o público local. A estratégia inclui:
- Trilha sonora original
- Graphic novel em desenvolvimento
- Livro de RPG previsto
- Obras interativas como visual novels
Com previsão de estreia entre 2025-2026, Gambiarra se alinha a outros projetos inovadores como A Própria Carne, do grupo Jovem Nerd, fortalecendo a ficção científica nacional.
Impacto e futuro do cinema geek brasileiro
Esta iniciativa prova que é possível conciliar ambição técnica e identidade cultural. “É uma aposta grande, mas análises indicam sucesso”, afirma Colombo, destacando o potencial de atrair novos públicos e investidores para o gênero no Brasil.
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