21 de outubro de 2025
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Viola Davis e o arrependimento por ‘Histórias Cruzadas’: Uma reflexão sobre representatividade em Hollywood

Viola Davis, uma das atrizes mais premiadas e respeitadas de sua geração, já expressou publicamente seu arrependimento por sua participação no filme Histórias Cruzadas, lançado em 2011. Apesar de ter recebido quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, e rendido à atriz Octavia Spencer o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, o longa também foi alvo de críticas pelas suas limitações ao abordar o racismo sistêmico nos Estados Unidos.

O enredo de Histórias Cruzadas: Onde está o foco?

Ambientado na década de 1960, durante o movimento pelos direitos civis em Jackson, Mississippi, o filme é uma adaptação do romance homônimo de Kathryn Stockett. Ele narra, sob a perspectiva de Skeeter, uma jovem branca e aspirante a jornalista, as histórias de empregadas domésticas negras que trabalham para famílias brancas. A personagem principal busca expor o racismo e a segregação enfrentados por essas mulheres, mas a trama foi criticada por perpetuar a narrativa do “salvador branco”, desviando a atenção das personagens negras para a jornada da protagonista branca.

Viola Davis interpretou Aibileen, uma das empregadas, e desde então tem falado abertamente sobre sua insatisfação com a forma como o filme tratou a experiência dessas mulheres.

“Nunca ouvi suas vozes genuínas durante o filme. Eu conheço Aibileen. Eu conheço Minny. Elas são minha avó. Elas são minha mãe”, comentou Viola, reforçando a profundidade emocional que faltou ao roteiro.

Críticas e controvérsias que cercam o filme

Logo após o lançamento, o longa já enfrentava críticas pela abordagem simplificada de temas complexos como racismo e desigualdade social. A narrativa focou mais na redenção da personagem branca e menos na luta real das mulheres negras retratadas. Viola Davis não foi a única a levantar essas questões. Bryce Dallas Howard, que também participou do elenco, declarou:

“Histórias Cruzadas é uma história fictícia contada a partir da perspectiva de um personagem branco e criada por contadores de histórias predominantemente brancos. Todos nós podemos ir além.”

Além disso, o filme enfrentou uma controvérsia judicial. Ablene Cooper, uma babá da vida real que alegou ser a inspiração para a personagem Aibileen, processou a autora Kathryn Stockett por uso indevido de sua imagem e pela representação que considerou “vergonhosa” das empregadas domésticas negras. No entanto, o processo foi rejeitado por um tribunal do Mississippi.

Declarações de Viola Davis: Arrependimento com propósito

Em entrevistas, Viola Davis não apenas destacou seu arrependimento, mas também contextualizou suas críticas. Em 2020, durante uma conversa com a Vanity Fair, ela declarou:

“Senti que traí a mim mesma e meu povo porque participei de um filme que não estava pronto para contar toda a verdade.”

Ela revelou ainda que aceitou o papel na época como uma tentativa de alavancar sua carreira, mas refletiu que a produção foi “criada no filtro e no esgoto do racismo sistêmico”. A atriz também enfatizou que a história falhou em mostrar a autenticidade das vozes das empregadas domésticas, que deveriam ser o foco central do enredo.

Apesar de suas críticas, Viola deixou claro o carinho pelas amizades que formou no set. “Eu não poderia pedir uma colaboradora melhor do que Tate Taylor [diretor do filme] e amo profundamente as mulheres com quem trabalhei”, disse ela, destacando a importância de separar os laços pessoais da visão crítica sobre o projeto.

Repensando representatividade em Hollywood

A reflexão de Viola Davis não é isolada. As críticas a Histórias Cruzadas representam um alerta para a indústria do entretenimento sobre a importância de colocar as experiências de pessoas negras em primeiro plano quando essas histórias estão sendo contadas. Para que haja uma evolução significativa, é fundamental que as narrativas não sejam filtradas por olhares externos ou simplificadas para um público majoritariamente branco.

Desde então, Viola Davis usou essas experiências para apoiar projetos mais autênticos e transformadores, como seu papel em Um Limite Entre Nós, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, e sua performance icônica em How to Get Away with Murder.

A mensagem final deixada por Viola Davis e outros envolvidos é clara: Hollywood precisa ouvir mais as vozes autênticas, dando espaço para que as histórias de luta e resistência sejam contadas de forma honesta, por aqueles que as vivenciam.

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