Por décadas, as barras de carregamento em videogames foram uma presença onipresente, prometendo a iminente entrada em um novo nível ou área. Desde os primórdios dos jogos, milhares de títulos utilizaram essas famosas telas de progresso para indicar o tempo de espera necessário para voltar a jogar. No entanto, o que muitos jogadores não sabiam é que essa promessa nem sempre era verdadeira. Atualmente, com a evolução da tecnologia, as técnicas de carregamento em segundo plano se tornaram mais comuns, mas o legado das famosas telas de progresso ‘falsas’ ainda ressoa na história dos games.
A verdade chocante é que muitos desses indicadores visuais eram, na verdade, um placebo, uma espécie de ‘cortina de fumaça’ para entreter o jogador enquanto o jogo se preparava para carregar. Esta realidade, que era uma suspeita antiga entre a comunidade de games, foi finalmente admitida por vários desenvolvedores. Curiosamente, a massificação das SSDs (unidades de armazenamento em estado sólido) tem tornado essas telas cada vez mais obsoletas, revelando ainda mais a natureza artificial de seu propósito original e marcando o possível fim de uma era para as barras de progresso.
A Ilusão do Progresso: A Farsa dos Carregamentos Falsos Revelada
Até o início do século 21, era quase uma regra inquebrável: praticamente todo videogame para PC, e mais tarde para consoles que usavam mídias como CD-Rom ou DVD, apresentava uma tela estática com uma barra de progresso para indicar o carregamento do próximo estágio do jogo. Essa imagem se tornou icônica e profundamente associada à experiência de jogar, mas seu propósito real era mais complexo do que parecia.
O debate sobre essa ‘farsa‘ ganhou força a partir de uma publicação na rede social X do criador de conteúdo e comediante Alasdair Beckett-King (MisterABK) https://x.com/MisterABK/status/1674043583408615425, que trouxe o assunto à tona. Ele provocou com a frase: “Os desenvolvedores precisam inventar uma barra de carregamento que se mova a uma velocidade proporcional ao tempo que realmente leva para um nível terminar de carregar […]”.
“Os desenvolvedores precisam inventar uma barra de carregamento que se mova a uma velocidade proporcional ao tempo que realmente leva para um nível terminar de carregar […]” afirmou Alasdair Beckett-King.
Consequentemente, vários desenvolvedores independentes responderam, revelando uma prática comum que muitos jogadores já desconfiavam: as barras de progresso muitas vezes falsificavam o avanço para dar uma sensação de atividade e manter o jogador engajado. A confiança em barras de progresso ‘suaves’ sempre foi questionável, afinal, o real progresso nem sempre era linear, e o carregamento falso era uma realidade para mascarar os tempos de espera.
A discussão sobre a autenticidade das telas de carregamento se tornou um tópico quente na comunidade de games, especialmente porque a prática de ‘enganar’ o jogador era amplamente disseminada na indústria. Muitos jogadores já haviam percebido que essas barras de progresso raramente refletiam o tempo exato de carregamento, alimentando a suspeita de uma farsa generalizada.
Por Que os Desenvolvedores Recorreram a Essa ‘Cortina de Fumaça’ no Carregamento de Jogos?
A questão óbvia que surge é: por que usar essa cortina de fumaça para o carregamento de jogos? Mike Bithell https://x.com/mikeBithell, também em resposta à mensagem de Alasdair Beckett-King, confessou que ele mesmo criou jogos cujas barras de carregamento se moviam artificialmente. De acordo com sua explicação, os ‘solavancos’ ou a ‘travagem’ das barras de carregamento são, na verdade, os sinais mais verdadeiros de que o processo está ocorrendo. Em outras palavras, um progresso suave demais poderia indicar que algo estava errado ou que a barra de progresso não era ‘real’.
Com efeito, não era raro observar uma barra de progresso que preenchia quase 100% e subitamente parava, sem qualquer indicação de quanto tempo ainda levaria para o carregamento ser concluído. Assim, a representação visual do tempo restante era imprecisa, reforçando a ideia de que era um mero placebo. Outros desenvolvedores, como Raúl Munárriz, do extinto estúdio Tequila Works, também admitiram o uso desse método tão conhecido nos videogames, acrescentando que ‘eles assustam o jogador’. Essa afirmação corrobora a explicação de Mike Bithell, pois manter o jogador na expectativa era parte da estratégia para mitigar a frustração da espera.
Para exemplificar a complexidade das interações nos games modernos, vale ressaltar a notícia sobre Marvel Rivals, que terá gravação de chats de voz e punições severas para proteger a comunidade https://br.ign.com/games/143931/news/para-proteger-a-comunidade-marvel-rivals-tera-gravacao-de-chats-de-voz-e-punicoes-mais-severas-na-te. Assim como as barras de carregamento, diversos aspectos da experiência do jogador estão em constante evolução e adaptação para garantir a melhor vivência, tanto técnica quanto social. Além disso, a indústria de games está sempre buscando inovações, como o recente terceiro trailer de Towa and the Guardians of the Sacred Tree https://br.ign.com/games/143821/news/terceiro-trailer-de-towa-and-the-guardians-of-the-sacred-tree-revela-dois-novos-personagens, que revela novos personagens e expande o universo dos jogos.
O Fim de Uma Era: A Ascensão dos SSDs e Carregamentos Reais em Jogos
Apesar da prevalência das barras de carregamento ‘falsificadas’, é importante notar que algumas telas de carregamento são, de fato, ‘reais’ e quantificáveis. O exemplo mais claro é a que aparece no início de certos jogos, indicando quantos shaders ainda precisam ser compilados para que o jogo inicie completamente. Essa tela geralmente vem acompanhada de um número que reflete dados reais e a quantidade restante para a conclusão. Ou seja, nesses casos, o progresso da tela de progresso é genuíno e transparente para o jogador.
No entanto, com a atual popularização das SSDs, que oferecem velocidades de leitura e escrita incrivelmente rápidas, e o fato de que muitos jogos modernos limitam os carregamentos à mudança de instâncias — como se mover de uma grande área para outra dentro do jogo — essas antigas telas de progresso estão, sem dúvida, com os dias contados. Em suma, o fim de uma era para as barras de carregamento como as conhecíamos está se aproximando rapidamente, ou talvez já esteja aqui, impulsionado pela tecnologia e pela busca por uma experiência de jogo mais fluida e autêntica.
Para aprofundar-se no tema e entender melhor essa curiosa verdade, confira um vídeo que explica mais sobre as verdades por trás das telas de carregamento nos jogos:
Por fim, a revelação de que fomos ‘enganados’ por décadas não diminui o impacto nostálgico que essas barras de progresso tiveram na cultura dos games. Pelo contrário, ela apenas adiciona mais uma camada à rica e fascinante história do desenvolvimento de videogames. A busca por inovações e a transparência são passos cruciais para o futuro dos jogos, garantindo que os jogadores tenham a melhor experiência possível, sem falsas promessas de progresso.
