Se você é um veterano do universo dos videogames, certamente se lembra das intermináveis telas de barra de progresso. Elas prometiam indicar o quanto faltava para o próximo nível ser carregado, gerando uma expectativa ansiosa. Por décadas, essa representação visual foi a norma para preencher o tempo enquanto os dados eram processados. No entanto, uma recente confissão de desenvolvedores chocou a comunidade gamer: essa barra era, em sua maioria, apenas um placebo. Somente com a popularização dos SSDs é que essa verdade veio à tona, revelando a maior farsa na história do design de jogos.
Atualmente, as técnicas de carregamento em segundo plano são mais comuns, permitindo uma experiência de jogo fluida e sem interrupções visíveis. Mas, por muitos anos, milhares de títulos confiaram nessas famosas telas de progresso para dar uma sensação de avanço ao jogador, mesmo que o tempo de carregamento real fosse independente do que a barra mostrava. Isso gerou uma crença generalizada de que estávamos sempre próximos de voltar à ação, mas a realidade era bem diferente.
No cenário atual dos jogos, outras preocupações emergem, como a segurança da comunidade. Para se aprofundar em tópicos relevantes, Leia também: “Para proteger a comunidade”: Marvel Rivals terá gravação de chats de voz e punições mais severas na Temporada 3.5, um exemplo de como os desenvolvedores estão inovando não só na performance, mas também na interação social dos games.
A Enganação por Trás das Barras de Carregamento
Até o início do século 21, era quase uma regra inquestionável: todo game de PC e de consoles (especialmente os que usavam formatos como CD-Rom ou DVD) exibia uma tela estática com uma barra de carregamento. Ela, supostamente, monitorava o progresso para o próximo estágio. Muitos jogadores, aliás, encaravam isso como parte da experiência de jogar, uma pausa estratégica antes da ação.
A discussão sobre o assunto ganhou força após uma provocação de Alasdair Beckett-King, um comediante e criador de conteúdo conhecido como MisterABK, na rede social X (antigo Twitter). Ele postou: “Os desenvolvedores precisam inventar uma barra de carregamento que se mova a uma velocidade proporcional ao tempo que realmente leva para um nível terminar de carregar […]” (Fonte). Essa simples observação abriu as portas para uma revelação surpreendente, fazendo a comunidade questionar a veracidade dessas indicações de tempo.
Inesperadamente, diversos desenvolvedores independentes corroboraram com o comentário de MisterABK. Eles revelaram uma verdade que muitos jogadores desconfiavam, mas que nunca havia sido admitida abertamente: as barras de progresso geralmente eram manipuladas. Elas não representavam o tempo de carregamento real, e sim criavam uma ilusão de progresso para o jogador, mantendo-o engajado e reduzindo a percepção da espera.
“Os desenvolvedores precisam inventar uma barra de carregamento que se mova a uma velocidade proporcional ao tempo que realmente leva para um nível terminar de carregar […]” afirmou Alasdair Beckett-King.
Essa revelação levanta questões interessantes sobre a psicologia por trás do design de jogos e como a percepção do jogador pode ser influenciada. Afinal, a espera parece menor quando há um indicador de que algo está acontecendo, mesmo que esse indicador seja falso. A intenção era, muitas vezes, apenas acalmar a ansiedade e evitar que o jogador se sentisse completamente parado.
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Por Que os Desenvolvedores Usavam Essa Tática?
A confissão de Mike Bithell (Fonte), outro renomado desenvolvedor, em resposta a MisterABK, trouxe mais clareza. Ele admitiu ter criado jogos cujas barras de carregamento se moviam artificialmente ou eram “falsificadas” para simular o avanço. Segundo Bithell, os sinais verdadeiros de que o carregamento estava ocorrendo eram, na verdade, os “solavancos” ou as pequenas pausas na barra — os momentos em que a barra parecia travar brevemente. O preenchimento suave e contínuo até uma determinada porcentagem era apenas uma fachada.
Não era incomum ver uma barra que avançava rapidamente até quase 100%, para então estagnar por um longo período, como se estivesse presa em um limbo digital. Claramente, isso não era uma representação fiel do tempo restante. Outro desenvolvedor, Raúl Munárriz — do extinto estúdio Tequila Works — também confessou o uso desse método tão conhecido dos videogames. Ele acrescentou que essa tática servia para “assustar o jogador”, uma declaração que complementa a perspectiva de Mike Bithell. Em outras palavras, manter o jogador engajado e menos frustrado com a espera era o objetivo principal, mesmo que isso exigisse uma pequena enganação visual.
Ainda assim, é importante notar que nem todas as telas de carregamento são falsas. Alguns games apresentam barras de progresso “reais” ou quantificáveis. Um bom exemplo são aquelas que mostram a compilação de shaders no início do jogo, acompanhadas por um número que reflete o progresso exato dos dados reais e quanto falta para terminar. Nesses casos, a informação é precisa e reflete o que realmente está acontecendo no sistema, sem a necessidade de simulação.
O Fim de Uma Era com a Chegada dos SSDs
Com a crescente popularização das SSDs (unidades de armazenamento em estado sólido), que se tornaram um requisito comum para jogos de PC e estão presentes em todos os consoles modernos (seja por meio de upload e download de dispositivos de memória flash ou não mecânicos), as telas de carregamento falsas estão, de fato, com os dias contados. A tecnologia de memória flash ou não mecânica permite um upload e download de dados muito mais rápido, invalidando a necessidade de simular progresso.
Atualmente, muitos jogos limitam os “carregamentos” a mudanças de instâncias, ou seja, transições entre grandes áreas do mapa. Por consequência, a necessidade de enganar o jogador com barras de progresso fictícias diminuiu drasticamente. Os próprios desenvolvedores finalmente admitiram que essa funcionalidade sempre foi apenas um placebo, uma vez que a tecnologia de hardware moderna tornou a farsa desnecessária. Em suma, estamos presenciando o fim de uma era no design de games, onde a transparência e a eficiência de hardware prevalecem sobre a ilusão. Esta é uma grande vitória para a experiência do usuário e a otimização dos jogos.