A famigerada barra de progresso, um ícone quase universal nos videogames, sempre foi vista como o fiel indicador de que a ação estava prestes a recomeçar. Desde os primórdios do entretenimento eletrônico, milhares de títulos empregaram essas famosas telas para sinalizar o tempo restante até que os jogadores pudessem mergulhar novamente na aventura. No entanto, uma revelação surpreendente, vinda diretamente dos próprios desenvolvedores, joga por terra essa crença: por anos, essas barras foram, em grande parte, apenas um placebo.
Este truque psicológico mantinha os jogadores entretidos, enquanto o carregamento real do jogo acontecia (ou não) em segundo plano. Atualmente, os desenvolvedores estão cada vez mais procurando e encontrando técnicas que permitem que os elementos sejam carregados de forma imperceptível, tornando as barras de carregamento explícitas cada vez mais incomuns. A preocupação com a experiência do jogador, aliás, se estende a diversos aspectos do desenvolvimento, como a notícia sobre o Marvel Rivals evidencia, focando na proteção da comunidade e no aprimoramento da interação: “Para proteger a comunidade”: Marvel Rivals terá gravação de chats de voz e punições mais severas na Temporada 3.5.
O Grande Segredo Por Trás das Telas de Carregamento em Jogos
Até o início do século 21, praticamente todos os videogames para PC e consoles (especialmente após a popularização de formatos como CD-ROM e DVD) dependiam de uma tela estática com uma barra de progresso para indicar o carregamento do próximo nível. Essa imagem tornou-se intrinsecamente associada aos jogos quase desde sua concepção, mas sua autenticidade foi posta em xeque de forma contundente.
A discussão sobre a validade dessas barras ganhou força com uma publicação viral no X (antigo Twitter) do criador de conteúdo e comediante Alasdair Beckett-King (MisterABK). Ele desafiou a imprecisão dessas ferramentas, sugerindo que “os desenvolvedores precisam inventar uma barra de carregamento que se mova a uma velocidade proporcional ao tempo que realmente leva para um nível terminar de carregar […]”.
Este comentário ressoou profundamente entre vários desenvolvedores independentes, que finalmente vieram a público para confirmar as suspeitas de muitos jogadores. A chocante verdade? As barras de carregamento eram frequentemente “falsificadas” para dar uma sensação contínua de progresso. Muitos admitiram que os jogadores tendem a desconfiar de barras de progresso excessivamente suaves, pois intuíam que algo estava sendo mascarado, e que, na verdade, muitos jogos falsificavam o progresso do carregamento para dar uma sensação de avanço ao jogador.
Por Que os Desenvolvedores Adotaram Essa Estratégia?
A principal razão por trás dessa “cortina de fumaça” é puramente psicológica e visa aprimorar a experiência do jogador. Mike Bithell, um desenvolvedor experiente, confessou ter criado jogos cujas barras de carregamento eram artificialmente ajustadas. Ele explicou que os “solavancos” ou interrupções visíveis nas barras de carregamento eram, na verdade, os verdadeiros indicadores de que o processo de carregamento estava em andamento, e não o fato de uma das barras ter sido preenchida até uma determinada porcentagem. Uma barra de progresso que se preenchia suavemente até 99% e parava abruptamente podia ser mais frustrante e assustadora para o jogador do que uma barra que progredia de forma mais “orgânica”, mesmo que mais lenta.
“Eles assustam o jogador.” afirmou Raúl Munárriz, ex-desenvolvedor do extinto estúdio Tequila Works, ao justificar o uso dessas barras falsificadas. Essa abordagem visava evitar a ansiedade e a frustração dos jogadores diante de pausas inesperadas.
Portanto, criar uma ilusão de progresso constante era uma técnica comum para gerenciar as expectativas do usuário durante os momentos de espera. É crucial notar que nem todas as telas de carregamento são falsas. Alguns exemplos, como as que exibem a compilação de shaders, são genuínas e acompanham um contador numérico que reflete o avanço real do processo, oferecendo dados precisos sobre o tempo de carregamento restante.
Confira um vídeo que explora mais a fundo esse tópico fascinante das telas de carregamento nos videogames:
O Fim da Era das Barras de Carregamento: O Impacto Revolucionário dos SSDs
A chegada e a massificação dos SSDs (unidades de armazenamento em estado sólido que usa memória flash) mudaram drasticamente o cenário dos tempos de carregamento em jogos. Essas unidades de armazenamento ultrarrápidas eliminam gargalos que antes exigiam telas longas e complexas. Tanto no PC quanto nos consoles mais recentes, como PlayStation 5 e Xbox Series X|S, os SSDs permitem que os dados sejam carregados quase instantaneamente. Consequentemente, as tradicionais barras de progresso estão se tornando uma raridade.
Atualmente, muitos jogos conseguem carregar seus elementos em segundo plano, enquanto o jogador já está em ação. As poucas telas de “carregamento” que ainda existem são geralmente transições entre grandes “instâncias” (mover-se de uma grande área para outra em um jogo) ou áreas específicas, e mesmo assim, são significativamente mais rápidas. Assim sendo, parece que o fim dessas famosas barras de carregamento, que nos “enganaram” por décadas, está finalmente à vista. A era da espera interminável está dando lugar a uma experiência de jogo mais fluida e ininterrupta, um grande avanço para a tecnologia e o entretenimento interativo.
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