O lançamento oficial do Nintendo Switch 2 no dia 5 de junho trouxe uma inovação na forma de distribuir jogos: os cartuchos Game Key. Essa tecnologia, que não armazena jogos completos na memória física, foi adotada por algumas empresas, como a Capcom, com títulos como Street Fighter 6. Na prática, os cartuchos funcionam como vendas digitais, pois dependem de conectividade para o download.
Em uma reunião recente com acionistas, a Capcom explicou que, ao adquirir um jogo nesse formato, o consumidor só consegue jogá-lo após conectar-se à internet e fazer o download do conteúdo para a memória interna do console ou para um cartão de armazenamento. Assim, os cartuchos Game Key representam, na essência, uma forma de distribuição digital facilitada pelo físico, transformando essa mídia em uma versão de venda digital em termos de registro e faturamento.
Assista ao vídeo explicativo sobre como os cartuchos do Switch 2 funcionam:
Por sua natureza, os cartuchos Game Key funcionam como um “DRM físico” que evita a pirataria, porém oferecem vantagens na venda e no empréstimo dos jogos, sem muitas limitações. Portanto, do ponto de vista financeiro, eles podem ser considerados como uma venda digital, o que tem impacto direto na contabilização de receitas e na análise de vendas pelos estúdios e pelo mercado.
Formatos Game Key levantam preocupações quanto ao futuro
A estratégia por trás do formato Game Key entre desenvolvedores terceirizados pode estar relacionada à oferta de cartuchos pela Nintendo. Um vazamento do estúdio Arc System Works revelou que a única outra mídia física disponível pela fabricante são mídias com capacidade de 64 GB, que oferecem jogos completos e de maior tamanho.
Apesar de facilitar a distribuição digital, esses cartuchos mais tradicionais tendem a ser mais caros, diminuindo as margens de lucro dos desenvolvedores. Assim, na estreia do Switch 2, a maioria dos estudos parceiros optou por usar o formato Game Key, limitando sua utilização principalmente a títulos first-party e a experiências com menor tamanho, como Cyberpunk 2077.
Veja a seguir a imagem que ilustra o formato:
Além de dependerem de downloads complementares, as mídias Game Key também levantam questões importantes sobre a preservação digital no longo prazo. Caso a Nintendo decida, no futuro, desativar seus servidores ou alterar suas políticas de distribuição, muitas dessas gerações de jogos poderão se tornar completamente inacessíveis, agravando o debate sobre a sustentabilidade da distribuição digital moderna.
“Você esperaria que uma companhia tão grande, que tem tamanha história, levaria a preservação um pouco mais a sério”
afirmou Stephen Kick, CEO da Nightdive Studios, reforçando a preocupação com a preservação de jogos clássicos e atuais.
Esse cenário evidência a necessidade de discutir alternativas de preservação e acessibilidade a esses títulos, especialmente considerando a tendência crescente de uso de formatos digitais e híbridos no mercado de jogos.
Fonte: VGC
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