Lançado em outubro de 2024, Dragon Age: The Veilguard virou um exemplo clássico de como uma série de sucesso pode sofrer por decisões equivocadas. Apesar de alguns elogios, o RPG foi duramente criticado pelo seu roteiro, poucas consequências nas escolhas e pela gameplay previsível. Além disso, sua história de desenvolvimento reflete as complexidades enfrentadas por estúdios que tentam equilibrar inovação e controle corporativo.
De acordo com uma reportagem publicada pela publicadora Electronic Arts. Com seu poder decisório, a EA alterou várias etapas do desenvolvimento, impedindo que a BioWare conseguisse criar um produto à altura de sua reputação construída ao longo de décadas.

Esse impacto foi tanto que a demora na saída do jogo elevou seus custos de produção de forma significativa, gerando estimativas financeiras que se tornaram inviáveis de serem cumpridas, como apontam especialistas. Nesse contexto, a gestão da EA desempenhou um papel crucial, muitas vezes priorizando prazos e metas financeiras em detrimento da qualidade e da experiência do jogador.
Revelações sobre a produção de Dragon Age: The Veilguard
- Inicialmente, o projeto tinha foco no formato single player e menor que Inquisition, cujo desenvolvimento já enfrentava problemas.
- Em 2017, o jogo foi transformado em um live service. Discutindo essa mudança, o diretor criativo Mike Laidlaw decidiu deixar a empresa para evitar containerização do projeto.
- Mesmo após o fracasso de Anthem, o desenvolvimento seguiu até 2020, quando Casey Hudson e Mark Darrah deixaram a BioWare, refletindo uma crise interna no estúdio.
- No mesmo ano, decidiram reconverter o projeto para o formato single player, com prazo curto de um ano e meio para entrega, o que comprometeu a profundidade narrativa e a qualidade final.
- Assim, o jogo manteve elementos do multiplayer leve, resultando em poucas opções de decisão e baixa mortalidade de personagens, com o objetivo de facilitar a 반복ibilidade em uma experiência baseada em DLCs e atualizações constantes.
A influência da Electronic Arts na trajetória do jogo
A reportagem da Bloomberg revelou que a Electronic Arts não tinha consideração significativa pelo projeto ou pelo time. Em 2023, a empresa alocou profissionais de outro projeto, Mass Effect, dificultando ainda mais o avanço de Dragon Age: The Veilguard. Essa decisão refletiu uma visão mercadológica que priorizava resultados rápidos e sinergias de portfólio ao invés de um desenvolvimento de qualidade e fidelidade à narrativa de longa duração da série.
O tratamento desigual entre equipes gerou rivalidade, criando um ambiente pouco saudável e afetando a produtividade do estúdio, como explica uma fonte de mercado. Essa política de gestão contribuiu para a perda de talentos e desmotivação dos profissionais envolvidos.
Futuro incerto para a BioWare
Após o lançamento, a EA admitiu que o jogo não atingiu nem metade das expectativas e demitiu boa parte da equipe. Em maio, a sede da BioWare em Edmonton foi rebatizada para refletir sua atuação diversificada, voltada para vários projetos. Essa reestruturação demonstra o esforço da empresa em tentar revalorizar seu estúdio, embora a imagem do fracasso de Dragon Age: The Veilguard ainda reverbere na reputação do desenvolvedor.
Segundo analistas, a estratégia da EA é manter o estúdio vivo, de preferência, adaptando-o a novos formatos, ao invés de reiniciar do zero no segmento de aventuras single player. Contudo, o histórico de resultados negativos sugere um futuro incerto para a empresa. Ainda assim, a esperança de revitalizar projetos clássicos e investir em novas IPs permanecem como estratégias de longo prazo da EA.
Para quem acompanha o mercado de jogos eletrônicos, fica claro que decisões corporativas influenciam fortemente a qualidade e o sucesso de títulos de grande porte. Assim, a história de Dragon Age: The Veilguard serve como um exemplo de como a gestão e a controle de uma publisher podem impactar uma franquia querida pelos fãs.
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