Doom: The Dark Ages, lançado pela id Software, foi analisado em um vídeo técnico da Digital Foundry, que comparou o novo modo de path tracing ao tradicional ray tracing. A avaliação destacou diferenças visuais, o impacto na performance e os avanços na engine id Tech 8, além do uso de Ray Reconstruction e suas implicações para o futuro dos jogos AAA.
A Digital Foundry utilizou duas máquinas distintas para mostrar as diferenças entre path tracing e ray tracing padrão em Doom: The Dark Ages. Para entender melhor as diferenças técnicas, confira também o artigo que explica os fundamentos dessas tecnologias de rendering e seu impacto na experiência visual em jogos atuais.
Alex Battaglia usou um desktop equipado com RTX 5090 e Ryzen 7 9800X3D, rodando em 4K com DLSS Performance e ativando o path tracing.
Já John Linneman testou a versão com ray tracing tradicional em um notebook com RTX 5090 mobile (equivalente a RTX 5070 Ti) e Ryzen 9HX.

Ambas as configurações utilizam o preset máximo da engine, exceto pelo path tracing, presente apenas na versão desktop. A versão padrão traz efeitos como SSR, cube maps e reflexos híbridos. Vale destacar que a implementação do path tracing em Doom é uma das mais otimizadas até hoje, garantindo resultados de alto nível com menos impacto de performance em comparação a outros títulos AAA, como Cyberpunk 2077.
Análise de Performance
Ativar o path tracing causou uma redução de 39% no desempenho, em comparação ao ray tracing padrão. Essa diferença, apesar de significativa, é menor do que em jogos como Cyberpunk 2077 ou Metro Exodus Enhanced, onde a perda de performance chega a 50% ou mais, devido ao maior uso de iluminação global e efeitos volumétricos complexos.
A performance mantém-se relativamente estável em ambientes externos ou cenas de corte, mas sofre quedas mais acentuadas em áreas internas densas e com superfícies reflexivas múltiplas, como ambientes de combate com muitos objetos e efeitos de luz.

Para quem busca alta fidelidade visual, essa sacrifice de performance pode valer a pena, especialmente em jogos de campanha ou cenas pouco movimentadas. Para mobiliar áreas mais densas, o uso do DLSS ou FSR pode ajudar a mitigar a perda de frames sem comprometer a qualidade.
Reflexos, Iluminação e Materiais: Diferenças Visuais
O vídeo evidencia claramente como luzes, reflexos e materiais se comportam nas duas versões:
- No ray tracing padrão, há uma mistura de SSR com reflexos por ray tracing, além de materiais que refletem além do esperado, o que pode gerar efeitos exagerados ou irrealistas em ambientes muito refletivos.
- No path tracing, a rugosidade é totalmente respeitada, eliminando o SSR e apresentando reflexos mais naturais, além de uma iluminação indireta mais precisa, que simula bounce lighting de forma mais realista. Materiais como hologramas, painéis luminosos e disparos de arma passam a emitir luz verdadeira, influenciando a iluminação do ambiente ao redor com maior fidelidade.
Esse avanço resulta em ambientes com iluminação mais coesa e realista, reforçando a imersão do jogador.
Ray Reconstruction e Tecnologias de Melhorias
A tecnologia Ray Reconstruction, desenvolvida pela NVIDIA, oferece um denoising avançado, crucial para eliminar o ruído em superfícies rugosas, volumes como fumaça e neblina, além de melhorar a estabilidade das imagens em movimento. Essa tecnologia, aliada ao suporte a RTXDI para sombras mais precisas e ao suporte expandido de objetos dinâmicos na BVH, eleva a qualidade do ray tracing realista em jogos AAA.
Outras melhorias incluem a iluminação global per-pixel com múltiplos bounces preservados, o que aumenta a realismo na iluminação indireta e na indicação de profundidade e volume em cenas complexas.
Contudo, algumas limitações ainda persistem: vidros continuam sem suporte a ray tracing em ambas as versões, certos objetos não refletem corretamente e há ocorrências de artefatos como z-fighting e problemas em cube maps. Essas questões evidenciam que a tecnologia ainda está em evolução e que desenvolvedores continuam otimizando suas implementações.
Segundo a análise da Digital Foundry, Doom: The Dark Ages apresenta uma das implementações de path tracing mais eficientes do mercado, trazendo uma experiência visual de alta fidelidade com menor impacto de performance, quando comparado a títulos mais exigentes como Cyberpunk 2077 ou Indiana Jones and the Great Circle. Essa evolução demonstra o potencial do Ray Reconstruction e das melhorias técnicas na consolidação de uma nova geração de gráficos realistas.
Você estaria disposto a aceitar essa perda de performance por uma experiência visual mais realista? Compartilhe sua opinião nas redes sociais do Adrenaline!
Fonte: Digital Foundry