A Epic Games anunciou que está processando o desenvolvedor de um software de cheat para Fortnite, que possibilita aos jogadores ver através de paredes e mirar automaticamente nos adversários. A ação judicial foi protocolada nesta semana no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, localizado no Leste da Carolina do Norte, onde a companhia tem sede, reforçando seu compromisso na luta contra trapaças e hacks.
Além do criador, a Epic inclui no processo cinco revendedores desses cheats. Conforme consta na documentação, Ediz Atas, conhecido por aliases como Sincey Cheats e Vanta Cheats, teria desenvolvido, mantido e comercializado programas de trapaça para Fortnite pelo menos desde janeiro de 2023, numa tentativa de expandir suas ações criminosas na comunidade gamer.

Esses programas ilegais oferecem vantagem desleal, violam o contrato de licença de usuário final do Fortnite, além de burlarem os sistemas anti-cheat da desenvolvedora. A Epic também afirma que o uso desses cheats prejudica a experiência dos jogadores honestos, levando muitos a abandonarem o jogo, o que impacta diretamente nas vendas de passes de batalha, itens cosméticos e demais recursos internos do game.
Após notificações de remoção de conteúdo via DMCA para vídeos no YouTube exibindo esses cheats, Ediz Atas teria enviado diversos e-mails, se passando por funcionário da Epic, na tentativa de reverter as denúncias — uma ação que agrava sua conduta ilegal e reforça a necessidade de ações firmes contra quem promove a trapaça.
Prejuízo causado pelo uso de cheats em Fortnite
Desde fevereiro de 2022, a Epic relatar que baniu mais de 15 mil contas por uso de cheats somente nos EUA, além de dezenas de milhares globalmente, demonstrando a escala do problema e a preocupação da desenvolvedora com a integridade do jogo. O processo também aponta a comercialização dessas trapaças em sites específicos, canais no Discord e Telegram, reforçando sua postura rigorosa contra quem viola as regras do jogo.

Em 2022, a Epic já havia vencido uma ação na Austrália contra um criador de cheats, obrigando o infrator a pagar indenização revertida a instituições de caridade. A companhia também processou um jogador que usou cheats em um torneio oficial, que teve que devolver o prêmio e se desculpar publicamente, reafirmando sua postura de combate zero à trapaça na comunidade gamer.
Iniciativas globais no combate às armadilhas em jogos online
Essa luta não é exclusiva da Epic Games. Empresas como a Valve passaram a exigir que os títulos na Steam informem o uso de sistemas anti-cheat no nível de kernel, reforçando a segurança nas plataformas e protegendo os jogadores de trapaças sofisticadas. Além disso, a implementação de sistemas anti-cheat como o BattlEye, adotados pela Rockstar no GTA Online, demonstra estratégias cada vez mais avançadas, embora enfrentem desafios técnicos, como incompatibilidade com overlays legítimos, exigindo melhorias contínuas.
Apesar das ações judiciais e avanços tecnológicos, a luta contra trapaças ainda encontra obstáculos, como exemplificado na derrota da Sony na União Europeia na disputa contra a Datel, fabricante de dispositivos que modificam dados no PS4, apontando que a oferta de hardware de manipulação não configura necessariamente violação de direitos autorais, o que reforça a necessidade de estratégias diversificadas e colaborativas para combater esse problema.
Para garantir ambientes de jogo mais seguros, desenvolvedoras continuam a buscar soluções eficazes, como o recente aprimoramento do sistema anti-cheat BattlEye no GTA Online, que, apesar de alguns desafios de compatibilidade com overlays, representa um avanço importante na proteção contra trapaças. Essas iniciativas destacam o esforço conjunto do setor para preservar a integridade e a diversão nos jogos online.
Fonte: Polygon