Shuhei Yoshida, ex-presidente da Sony Worldwide Studios entre 2008 e 2019, trouxe um debate fascinante durante sua participação na Gamescom LATAM ao abordar os desafios dos serviços de assinatura de jogos. O executivo, que também discutiu sobre o Game Pass, da Microsoft, alertou que confiar exclusivamente nesses modelos tem o potencial de impactar negativamente a indústria, especialmente no que diz respeito à criatividade.
Yoshida acredita que a predominância de serviços de assinatura pode limitar a diversidade do mercado de jogos. Ele destacou que as empresas responsáveis por essas plataformas têm a capacidade de influenciar os tipos de jogos que entram no catálogo, priorizando produções mais seguras para garantir apelo comercial. “Se só for possível jogar por assinatura, isso pode limitar muito o tipo de jogo que vai existir”, afirmou Yoshida.
Ele ressaltou que essa abordagem pode diminuir as oportunidades para estúdios pequenos e independentes, que são conhecidos por trazerem ideias inovadoras para o mercado. Sem esse segmento mais experimental, o desenvolvimento de jogos corre o risco de se tornar dependente de fórmulas previsíveis e pouco criativas.
PS Plus: Uma boa alternativa para o mercado?
Yoshida também aproveitou a ocasião para defender o modelo de assinatura do PS Plus, da Sony, que ele considera mais equilibrado. Embora tenha admitido que pode ser tendencioso devido ao seu histórico de trabalho na Sony, Yoshida destacou que o PS Plus incentiva os jogadores a comprarem os jogos, já que os lançamentos demoram alguns anos para entrar no serviço.
Essa estratégia garante um período inicial de maior lucratividade para os desenvolvedores, sem comprometer a exposição dos títulos no longo prazo. “O PS Plus é uma ótima maneira de apresentar títulos novos a um público maior, sem comprometer as vendas na estreia”, explicou Yoshida.
Além disso, o ex-presidente da Sony elogiou iniciativas concorrentes. Ele reconheceu que a Microsoft conseguiu um feito admirável ao implementar retrocompatibilidade nos consoles Xbox Series X/S, permitindo que jogos antigos rodem com maior fluidez. Yoshida também mencionou a Nintendo, destacando o sucesso do console Switch e os inovadores controles Joy-Con, que são ideais para promover diversão em grupo entre famílias e amigos.
Game Pass: Crescimento e desafios
Apesar das críticas de Yoshida sobre o impacto do modelo do Game Pass, a Microsoft continua relatando crescimento em sua base de assinantes. Satya Nadella, CEO da empresa, revelou que o número de assinantes no PC cresceu mais de 30% no último trimestre, marcando recordes de receita.
No entanto, não é tudo perfeição. Relatórios mostram que, nos Estados Unidos, o crescimento do serviço foi de apenas 12% no último ano, mesmo após adições de grandes títulos como Call of Duty e Diablo. Esse desempenho aquém das expectativas da Microsoft reforça as críticas ao modelo, especialmente quando comparado ao PS Plus, que ainda não oferece lançamentos no primeiro dia.
Muitos jogadores têm se mostrado insatisfeitos com a ausência de novos títulos no lançamento dentro do PS Plus Premium, enquanto o Game Pass cobre essa lacuna ao disponibilizar jogos como The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered e Doom: The Dark Ages logo na estreia.
A complexidade do futuro dos serviços de assinatura
Os serviços de assinatura estão remodelando a forma como os jogadores consomem jogos, mas a reflexão trazida por Shuhei Yoshida é essencial. Conforme a indústria se move para abraçar esses modelos, fica a dúvida: será que conseguiremos manter espaço para inovação e diversidade ou corremos o risco de ver o mercado saturado com produções genéricas e previsíveis?
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