Enquanto muitos investidores buscam a segurança de mercados tradicionais como o S&P 500, uma nova e surpreendente tendência está emergindo entre a nova geração de milionários, especialmente entre homens das gerações Z e Millennial: o investimento em cartas de Pokémon. Esse fenômeno, à primeira vista inusitado, tem gerado retornos anuais médios de até 46%, superando o desempenho de ações de alto perfil como a Nvidia e os principais fundos do mercado financeiro.
Esta aposta se torna bastante compreensível ao analisar a combinação de fatores que impulsionam esse mercado de colecionáveis: nostalgia, escassez e o apelo duradouro da cultura pop. Desde seu lançamento em 1999, mais de 75 bilhões de cards de Pokémon já foram produzidos globalmente. O mais impressionante é que algumas delas, especialmente as mais raras e bem preservadas, registraram uma valorização de até 3.261% em apenas 20 anos, conforme dados da plataforma Card Ladder.
A Febre Pokémon: De Brinquedo a Ativo de Luxo
O mercado de cards colecionáveis, incluindo as cartas de Pokémon, experimentou um boom notável durante o período da pandemia. Com mais tempo livre e o tédio generalizado, a procura por esses itens disparou, impulsionando a valorização dos cards de Pokémon em incríveis 500%, segundo o Business Insider. Consequentemente, o que antes era visto como um passatempo infantil se transformou em um setor que movimenta cerca de US$ 1 bilhão por ano, competindo diretamente com o tradicional mercado de cards esportivos e consolidando-se como um “porto seguro” para jovens investidores.
No entanto, a explosão da demanda trouxe também desafios significativos. Em decorrência do aumento da procura, grandes redes de varejo nos EUA, como Walmart e Target, foram forçadas a limitar a quantidade de cartas por cliente. Lamentavelmente, esse cenário levou a um aumento de casos de violência, furtos e até mesmo invasões cinematográficas em lojas e residências. Houve roubos de grandes volumes de cartas raras, como o recente incidente em Massachusetts, onde US$ 100 mil em cards foram levados.
O Hype das Celebridades e os Lados Sombrios do Negócio
O fervor em torno das cartas de Pokémon ganhou ainda mais destaque e visibilidade graças ao endosso de diversas celebridades. Nomes como Justin Bieber, ElRubius e, notavelmente, Logan Paul, contribuíram para impulsionar o hype. Por exemplo, em 2022, o famoso YouTuber Logan Paul adquiriu a carta de Pokémon mais cara da história por espantosos US$ 5,27 milhões, um valor que, curiosamente, superou o do rancho que ele próprio possui. A compra foi um marco e atraiu ainda mais atenção para o setor de investimento em colecionáveis.
Confira mais detalhes sobre a compra histórica de Logan Paul:
Apesar da glamourização, nem tudo no mundo das Pokébolas coloridas é tão simples. Com a valorização estratosférica das cartas, o mercado se tornou, infelizmente, atrativo para grupos do crime organizado no Japão. Estes grupos estão utilizando a compra e venda de cartas para lavagem de dinheiro, aproveitando a facilidade de transporte e revenda no exterior, em um modelo de atuação similar ao do tráfico de obras de arte.
O Futuro do Investimento em Cards de Pokémon
É difícil prever se o investimento em cartas de Pokémon manterá sua rentabilidade a longo prazo. Contudo, os números atuais são inegáveis e demonstram que, por enquanto, esses cards são mais lucrativos do que boa parte da bolsa de valores. O que um dia foi apenas uma brincadeira de infância transformou-se, assim, em um ativo sério e altamente cobiçado no mundo dos investimentos.
O que você acha? Você considera as cartas de Pokémon um investimento válido ou apenas uma moda passageira? Compartilhe sua opinião nos comentários!