Lançado em 2004 pela People Can Fly, estúdio renomado atualmente por títulos como Bullestorm e Outriders, o clássico Painkiller voltou à cena com uma transformação inovadora graças ao RTX Remix. Um projeto criado por um modder experimentado tem demonstrado um potencial notável ao integrar recursos avançados de Path Tracing ao jogo de tiro, oferecendo uma experiência visual bastante superior, próxima à tecnologia de ray tracing em tempo real.
Um vídeo divulgado pela Digital Foundry mostra que a iluminação do jogo sofre uma melhora significativa, com efeitos mais realistas de luz e sombra, mesmo que alguns elementos gráficos ainda remetam ao visual original. Além disso, foram aprimoradas texturas e adicionado suporte para monitores com aspectos de imagem mais modernos, como 21:9 e 32:9, tornando a experiência mais imersiva e adequada às configurações atuais de hardware.
Segundo explica a Eurogamer, o Painkiller original foi desenvolvido com base no DirectX 8.1, trazendo efeitos de iluminação revolucionários para sua época, especialmente para um jogo de sua idade. Para garantir compatibilidade com GPUs mais antigas, utilizava uma solução de DirectX 7. Essa base é utilizada como conceito para o RTX Remix, que substitui o renderizador original, baseado na integradora PainEngine, por uma tecnologia de rastreamento de raios mais avançada.
Painkiller RTX ainda está em fase de testes, mas já é possível experimentar
Quem desejar testar o Painkiller RTX encontrará um sistema de iluminação dinâmica inovador, além de efeitos de neblina e partículas mais realistas, ausentes na versão original. Contudo, é importante destacar que uma máquina potente é necessária, já que o projeto ainda apresenta otimizações pendentes, como evidenciado por análises recentes, por exemplo, na análise da Adrenaline.

O projeto gratuito chegou à versão 0.1.6 no final de abril, podendo ser baixado gratuitamente pelo site ModDB. Ele funciona na Black Edition do jogo, vendida por cerca de R$50 na Steam ou GOG, com promoções frequentes que reduzem ainda mais o preço.
De acordo com a Digital Foundry, embora seja possível aproveitar a versão atual, não é recomendado ativar todas as opções gráficas ao máximo, devido à alta demanda de processamento. Nos testes com uma RTX 4060, o desempenho atingiu cerca de 90 FPS em resolução 1080p, com o gerador de quadros ativado, demonstrando a necessidade de hardware potente para uma experiência otimizada.
A criadora do jogo passa por momento de crise
Recentemente, o Painkiller RTX representa uma das iniciativas para revitalizar a franquia, que recebeu um reboot planejado pela Anshar Studios e a 3D Realms. Contudo, esse novo projeto focará em competição em arenas multiplayer, diferente do formato clássico single player do original.

Entretanto, a People Can Fly, responsável pelo desenvolvimento do jogo, enfrenta dificuldades financeiras. Recentemente, cancelaram dois projetos devido à falta de recursos, atribuídos a conflitos com a Square Enix, que deveria financiar e distribuir o jogo Gemini. Além disso, abandonaram o projeto Bifrost, voltado para realidade virtual, o que resultou em demissões recentes no estúdio. Apesar desses desafios, continuam suas parcerias com a Sony e a Microsoft, cujos detalhes ainda permanecem confidenciais.