Shuhei Yoshida, ex-presidente do PlayStation, compartilhou uma perspectiva interessante e preocupante sobre os serviços de assinatura de jogos durante sua participação na Gamescom LATAM 2025. Em entrevista ao site Game Developer, Yoshida expressou críticas contundentes ao modelo de assinatura liderado por empresas como a Microsoft. Confira os principais pontos a seguir.
Modelo de assinatura pode sufocar a inovação, diz Yoshida
Yoshida chamou atenção para os riscos do modelo de assinatura se tornar predominante no setor de games. Ele afirmou que tal abordagem pode colocar em risco a diversidade criativa, já que os jogos produzidos podem ser moldados exclusivamente pelos interesses comerciais das empresas que controlam esses serviços.
“Se a única forma com que as pessoas jogam é através de serviços de assinatura, isso é bem perigoso. Afinal, o tipo de jogos que serão feitos será ditado pelo dono do serviço. Isso é bem, bem arriscado porque sempre precisamos de novas ideias feitas por times pequenos ditando a próxima onda de desenvolvimento. Se as grandes empresas passarem a ditar o tipo de jogo que será feito, a indústria não vai mais avançar.”
Segundo o ex-presidente da Sony, a primeira vítima desse modelo seria a criatividade de pequenos estúdios independentes, que há tempos são responsáveis por trazer ideias inovadoras e moldar novas tendências no mercado.
Essa declaração ganhou força em meio aos debates sobre o futuro da criação de jogos, especialmente com o crescimento de plataformas como Xbox Game Pass, que oferecem vastos catálogos de títulos mediante assinatura. Para Yoshida, a padronização que esse modelo pode trazer é um grande desafio para a indústria de games.
Sony e Microsoft: Modelos de assinatura opostos
Yoshida fez uma comparação clara entre os modelos de assinatura seguidos pela Sony e pela Microsoft. Ele afirmou que, ao contrário da abordagem da Microsoft, o modelo da Sony é mais saudável tanto para consumidores quanto para desenvolvedores.
“Acredito que o modelo de assinaturas da Sony é mais saudável. Você sabe, eles não prometem demais e permitem que as pessoas gastem dinheiro comprando novos jogos. Depois de alguns anos, o preço inicial não é mais atraente para os clientes, e aí sim eles entram no serviço por assinatura, onde terão mais pessoas dispostas a experimentar e conhecer a franquia.”
Essa visão reforça a importância de um equilíbrio entre modelos de negócio. Na abordagem da Sony, o foco em vendas iniciais permite que os desenvolvedores se beneficiem financeiramente, enquanto a inclusão posterior dos jogos em serviços de assinatura amplia o alcance e democratiza o acesso às franquias no longo prazo.
Serviços de assinatura: Riscos e oportunidades para o futuro dos games
A crescente popularidade dos serviços de assinatura levanta uma importante questão: esses modelos tornaram os jogos mais acessíveis, mas a que custo? Para os consumidores, a proposta é atraente, oferecendo uma enorme biblioteca de jogos por um custo fixo. Contudo, existem dúvidas sobre a sustentabilidade financeira para estúdios menores e o impacto na produção de títulos diversificados.
Com líderes do setor, como Shuhei Yoshida, levantando preocupações, essa discussão se torna ainda mais relevante. Além do impacto econômico, a preservação da criatividade e inovação no setor de games é uma prioridade para garantir o desenvolvimento contínuo da indústria.
E você, qual é a sua opinião sobre o tema? Os serviços de assinatura são o futuro ideal para a indústria de games ou representam desafios perigosos? Deixe seu comentário e compartilhe sua visão conosco!