Squad 22: ZOV é um jogo de estratégia em tempo real lançado recentemente no Steam. Desenvolvido pelo SPN Studios em colaboração com as Forças Armadas Russas, o título gerou discussão sobre seu papel como simples entretenimento ou como ferramenta de propaganda militar. Essa controvérsia se torna ainda mais relevante no atual contexto político envolvendo a Rússia e a Ucrânia.
O que é Squad 22: ZOV?
Squad 22: ZOV é descrito em sua página oficial e no site do Steam como um jogo “desenvolvido com apoio informativo da Diretoria Político-Militar Principal das Forças Armadas da Federação Russa”. Segundo os desenvolvedores, o jogo é uma representação “autêntica e intensa” de táticas de guerra de infantaria, com contribuições de veteranos e soldados russos atualmente em serviço.
Essa proximidade com o exército russo destaca elementos como manuais básicos de estratégia militar e até um potencial uso didático. De acordo com a página no Steam, o jogo é “oficialmente recomendado como um manual básico de tática de infantaria para treinamento de cadetes e do Exército Yun”.
No entanto, as intenções por trás desse título vão além dos objetivos de entretenimento. Através desse lançamento, o governo russo pode estar usando o jogo como uma ferramenta para reforçar narrativas políticas e militares em um esforço de militarizar a cultura, particularmente entre os jovens jogadores.
Propaganda militar nos games: uma prática controversa
Não é novidade que jogos de guerra são frequentemente usados para reforçar narrativas sociopolíticas. Um exemplo notável é a popular franquia Call of Duty, que, embora amplamente voltada para o entretenimento, frequentemente glorifica o papel dos EUA em conflitos globais. Enquanto em jogos como CoD isso é implícito, em Squad 22: ZOV a conexão é muito mais explícita.
Segundo uma apuração da Game Informer, a estreita colaboração entre o SPN Studios e o exército russo deu ao jogo uma base como ferramenta de treinamento. Ao mesmo tempo, a desenvolvedora foi criticada por provocações feitas em redes sociais frente à guerra na Ucrânia. A conta oficial da empresa na rede social X (antigo Twitter) chegou a afirmar que “a recusa da Ucrânia em se render é uma oportunidade de gerar mais missões ao jogo”. Tal declaração gerou enorme repercussão negativa, levantando ainda mais dúvidas sobre as intenções por trás de seu desenvolvimento.
Impactos globais e implicações sociopolíticas
O lançamento de Squad 22: ZOV capturou intensamente a atenção de críticos, veículos de imprensa e da própria comunidade gamer. Para o Centro Ucraniano de Combate à Desinformação (CPD), o jogo é parte integrante de uma campanha russa de militarização da sociedade. O CPD argumenta que “ao disseminar propaganda de guerra em todas as áreas da vida, as autoridades russas visam normalizar o conceito de guerra”, especialmente entre jovens consumidores de videogames.
Além disso, o jogo reflete a versão russa dos eventos relacionados à invasão da Ucrânia, retratando militares russos como heróis de guerra. Essas atitudes têm atraído olhares críticos de entidades internacionais e aprofundado o debate sobre o impacto ético, cultural e político de jogos digitais vinculados a governos e suas agendas militares.
“Squad 22: ZOV não apenas glorifica o serviço militar, mas também glorifica a guerra, enviando mensagens propagandistas para normalizar o conflito armado”, pontuou o CPD.
Onde baixar Squad 22: ZOV?
Para aqueles que estão curiosos e desejam experimentar Squad 22: ZOV, o jogo pode ser baixado gratuitamente na plataforma Steam. O título se apresenta com mecânicas refinadas e uma dinâmica de jogo imersiva, trazendo um foco notável em táticas de combate.
Apesar de sua recepção controversa, é inegável o impacto que Squad 22: ZOV está gerando no mundo dos games e a relevância das discussões que ele está promovendo. Afinal, sua proposta levanta questões sobre os limites entre jogos como forma de lazer e como veículos de propaganda política.
Caso deseje formar sua própria opinião, o título está amplamente disponível para download e certamente vai proporcionar reflexões a respeito dos impactos éticos de seu conteúdo narrativo.