O cenário dos jogos eletrônicos vem passando por uma transformação radical, impulsionada pelo impacto do FOMO (medo de ficar de fora) nas experiências de jogabilidade. Segundo Mike Kayatta, diretor do próximo título da Remedy Entertainment, Firebreak, essa ansiedade de estar sempre conectado e atualizado está moldando o mercado de formas que merecem atenção.
Kayatta destacou em entrevista que a indústria tem construído jogos cada vez mais complexos e caros, comparando a situação a “construir catedrais” cada vez maiores, mais bonitas e custosas. Ele citou como exemplo o orçamento de meio bilhão de dólares para muitos títulos de alto orçamento, algo inimaginável para muitos desenvolvedores independentes.
Por outro lado, o mesmo diretor apontou o surgimento de uma nova tendência, que ele chamou de “meio-termo” ou talvez uma categoria emergente de jogos intermediários, entre os AAA e os independentes. Essa inovação busca oferecer experiências que respeitem o tempo do jogador, sem cobranças excessivas ou estratégias de monetização gananciosas.
O conceito de respeito pelo tempo e pelo dinheiro do jogador
Firebreak, cujo lançamento está previsto para 17 de junho de 2025, exemplifica essa tendência. Com preço de US$ 39,99 e disponível no catálogo do Game Pass e PS Plus, o jogo aposta em uma abordagem diferente, valorizando a experiência completa do usuário sem precisar de grind ou passes de batalha que incentivam o retorno diário.
“Estamos vendo um espaço onde os desenvolvedores podem criar jogos responsáveis, com orçamentos menores e que respeitem o tempo do jogador”, afirmou Kayatta ao IGN.
Ele ainda reforçou que o objetivo é evitar a armadilha do FOMO, que muitas vezes faz os jogadores se sentirem obrigados a dedicar horas extras para aproveitar tudo que o jogo oferece. Para exemplificar, Kayatta mencionou o jogo Path of Exile, onde a árvore de habilidades com milhares de opções pode gerar uma sensação de sobrecarga ou de não estar aproveitando tudo.
O impacto do FOMO no desenvolvimento e na experiência do jogador
De acordo com o diretor, a abordagem de Firebreak busca justamente reduzir esse medo, entregando uma experiência que seja completa e satisfatória a qualquer momento, sem prejuízo para quem joga por pouco tempo ou menos frequente.
Kayatta também destacou que o modelo de jogo gratuito com microtransações muitas vezes aumenta esse sentimento de urgência e ansiedade, algo que a Remedy quis evitar completamente com Firebreak.
Perspectivas para o futuro dos jogos de médio porte
Se essa tendência de produtos mais equilibrados e responsáveis realmente conquistar o público, pode ser um ponto de virada no mercado de games. Como Kayatta concluiu, não há uma regra fixa, mas um espaço emergente para jogos que priorizem o valor, o respeito ao tempo do jogador e uma experiência mais acessível.
Com lançamento previsto para julho de 2025, Firebreak quer mostrar que é possível fazer um jogo divertido, inovador e com um preço justo, buscando atender tanto os fãs do estilo peculiar da Remedy quanto os jogadores que preferem títulos cooperativos de qualidade.
Para mais detalhes, confira nossa prévia do Firebreak e saiba como o jogo se desenvolve!