Todo ano, parques itinerantes se espalham por diversas cidades e bairros do Brasil, levando diversão e adrenalina a moradores de todas as idades. Desde carrinhos bate-bate até montanhas-russas móveis, a diversão é garantida, mas uma questão importante sempre surge: essas atrações temporárias são seguras?
Para esclarecer essa dúvida, conversamos com Oscar Elgarrista, engenheiro e designer de atrações responsável por mais de 50 parques ao redor do mundo. Segundo ele, a segurança não depende apenas da aparência ou do fato de serem estruturas temporárias, mas de um planejamento estruturado, normas rigorosas e fiscalização constante, que garantam a integridade dos brinquedos e a segurança dos visitantes.
Como funcionam as atrações itinerantes?
Elgarrista explica que muitas dessas atrações possuem uma estrutura que, à primeira vista, pode parecer improvisada. No entanto, por trás de cada equipamento há um sistema de engenharia que passa por testes e planejamentos detalhados. As bases de madeira, por exemplo, servem principalmente para nivelar o terreno, não sustentando toda a estrutura. O funcionamento seguro depende de apoios estruturais robustos, que garantem que as rodas do trailer nem toquem o chão durante o uso.
Dados e riscos envolvidos
Embora haja garantias, os dados de acidentes apontam que há riscos associados às atrações itinerantes. Na Espanha, por exemplo, foram registradas 16 mortes em parques móveis entre 2000 e 2011 — números superiores aos de parques fixos. Além disso, aproximadamente 90% dos acidentes nesses eventos não resultam em indenizações, diferentemente de parques tradicionais, que possuem fiscalização mais rígida e infraestrutura mais consolidada. Leia mais sobre os riscos em eventos temporários.
Normatizações e fiscalização global
Após um acidente fatal em 2024 na região da Galícia, na Espanha, houve um aumento na fiscalização. Apesar do baixo número de incidentes, a preocupação com a segurança incentivou uma revisão nos regulamentos. No Brasil, diversas leis e vistorias obrigatórias garantem que parques itinerantes cumpram padrões mínimos de segurança antes de abrir ao público.
O papel do negócio na segurança
Elgarrista destaca que
“Vamos lembrar que uma feira é um negócio. O dono do brinquedo é o primeiro interessado em garantir que nada dê errado.”
No entanto, o crescimento e a sofisticação dessas atrações exigem fiscalização e profissionalização constantes. O compromisso de proprietários, reguladores e operadores é fundamental para que a diversão não se torne uma questão de risco à vida.
Conclusão: diversão responsável e segura
As atrações itinerantes representam uma tradição cultural de alegria e nostalgia, mas a segurança deve sempre estar em primeiro lugar. Como reforça Elgarrista, diversão e segurança precisam caminhar juntas, e a vida das pessoas deve estar acima de qualquer interesse comercial.
Seja em festas locais ou parques específicos, a fiscalização adequada, boas práticas de engenharia e o compromisso dos envolvidos são essenciais para manter esses espaços como fontes de diversão, sem riscos desnecessários.
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