Sem fazer alarde, a Intel se uniu à gigante japonesa SoftBank para criar uma nova solução de memória que possa superar a tecnologia High-Bandwidth Memory (HBM) como componente predileto para aceleradores de IA. Segundo a Nikkei Asia, o projeto conta também com a participação da Universidade de Tóquio.
Para viabilizar essa inovação, as empresas criaram a startup Saimemory, focada em desenvolver uma alternativa à HBM. Com a crescente demanda por memórias de alta largura de banda impulsionada pelo avanço da inteligência artificial, fabricantes como SK Hynix já se beneficiam desse cenário, que também tem impulsionado uma forte competição mundial em chips de memória de alta performance.

O investimento em pesquisa tem como objetivo desenvolver memórias baseadas em empilhamento de chips de DRAM, com a meta de reduzir em 50% o consumo de energia em relação às HBM. A expectativa é que os primeiros protótipos mais eficientes estejam prontos até 2027, com produção em escala prevista para 2030. Essa tecnologia promete revolucionar o mercado de IA, onde o consumo de energia é uma das maiores limitações para a expansão das aplicações.
Para alcançar esse avanço, a parceria busca também apoio de organizações como o Instituto Riken e a Shinko Electric Industries. Além disso, há planos de captar fundos públicos do governo japonês, garantindo vantagens específicas para o uso nesta região, o que pode impulsionar ainda mais a inovação tecnológica nacional.
A nova memória da Intel pode superar o que a HMC falhou?
Esse movimento da Intel lembra o projeto de Hybrid Memory Cube (HMC), criado há mais de uma década pela Micron. Anunciada em 2011, a tecnologia prometia um desempenho até 20 vezes superior à DDR3. A Intel também demonstrou interesse, mas o projeto foi encerrado em 2018, após anos de tentativas de implementação. Apesar do histórico, a crescente demanda por memórias de alta performance para Inteligência Artificial mantém a relevância da busca por alternativas mais eficientes, especialmente considerando os desafios de consumo energético enfrentados pelas tecnologias atuais.
Se a nova tecnologia de memória conseguir oferecer maior eficiência energética com desempenho similar ou superior, ela poderá ressignificar o mercado de memórias para IA e aceleradores, facilitando operações mais rápidas e sustentáveis para data centers e aplicações críticas.
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Assim, a inovação da Intel e da SoftBank pode marcar uma nova etapa na evolução das memórias para aplicações de inteligência artificial, com potencial de superar as limitações das tecnologias atuais, reduzindo significativamente o consumo de energia e aumentando a eficiência de operações complexas.
O desenvolvimento dessa tecnologia também abre caminhos para a competitividade global na fabricação de memórias avançadas, podendo impactar positivamente os mercados de semicondutores e o setor de hardware para IA.
Se tudo sair conforme o planejado, essa inovação poderá estar disponível para as principais plataformas de IA e aceleradores, trazendo benefícios como maior velocidade, menor consumo energético e maior durabilidade para aplicações futuras.