Segundo uma pesquisa realizada pela British Standards Institution, órgão de normas do Reino Unido, uma tendência preocupante vem sendo observada entre os jovens europeus. Metade deles prefere viver em um mundo sem internet, refletindo o impacto das redes sociais na saúde mental e no bem-estar.
Essa geração, conhecida como Geração Z, demonstra sinais de cansaço e mal-estar decorrentes do tempo excessivo nas redes sociais. Muitos relatam que, após a pandemia, o uso de smartphones e plataformas digitais só aumentou, o que contribui para transtornos como depressão, ansiedade e níveis elevados de estresse. Além disso, estudos recentes indicam que o uso excessivo de redes sociais também está ligado ao aumento de casos de transtorno de déficit de atenção e dificuldades no sono entre jovens.
O desejo de desaceleração e controle digital
De acordo com o estudo, que entrevistou 1.293 pessoas com idades entre 19 e 21 anos, metade dos jovens apoia medidas como toques de recolher digital, ou seja, a restrição do uso de dispositivos eletrônicos após certo horário do dia. Paralelamente, há um sentimento crescente de nostalgia por um mundo sem internet, uma ideia que muitos consideram mais saudável para o equilíbrio emocional e mental.
Impactos do uso excessivo de tecnologia na saúde mental
A presença constante nas redes sociais tem sido relacionada ao aumento de condições como ansiedade e depressão. Além disso, o uso desenfreado de smartphones prejudica a concentração, promove o vício digital e pode levar à alienação social. Durante a pandemia, esses efeitos se intensificaram, com muitos jovens relatando piora significativa na saúde mental.
Segundo especialistas, o grande desafio é incentivar o uso consciente da tecnologia, promovendo hábitos mais equilibrados e estratégias de desconexão.
Medidas adotadas na Europa e no Brasil
Alguns países, como França e Noruega, estão considerando elevar a idade mínima para uso das redes sociais para 15 anos. No Brasil, debates também envolvem a restrição do uso de celulares em ambientes escolares, apoiados por estudos que comprovam que o uso não mediado pode comprometer o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes.
De acordo com Susan Taylor Martin, diretora executiva da BSI, a tecnologia, que deveria criar oportunidades de conexão e facilitar o acesso à informação, muitas vezes coloca jovens em situações de risco — afetando sua qualidade de vida e suas relações sociais.
Essas iniciativas refletem uma crescente preocupação com o impacto do uso excessivo de redes sociais e dispositivos móveis na saúde mental dos jovens. É fundamental investir em educação digital, limites de uso e campanhas de conscientização para promover um consumo mais saudável.
Para entender mais sobre o tema, confira o vídeo a seguir: